quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Livros





Livros. Como posso resumir? Um hábito. Um vício. Uma necessidade. Seja qual for a razão só posso afirmar que sem eles eu não vivo.

Minha mãe tem culpa nisso - claro, assim como tudo no mundo a mãe tem sempre culpa! Vou explicar: quando eu tinha uns 12/13 anos minha mãe me trancou no meu quarto e disse: "você só sai daí quando terminar este livro". Isso era o fim do mundo. Eu só pensava em ficar na rua, jogar bola, correr, andar de bicicleta e essas coisas que os meninos faziam. Sim, os meninos. Eles eram muito mais interessantes que as meninas: as bonecas, as panelinhas e brincar de casinha não tinham a menor graça. E lá fui eu e meu livro para o quarto...

O livro era A Revolução dos Bicho de George Orwell. Não lembro muito da história, mas tem a ver com uma fazenda que tem uns porcos que resolvem fazer uma revolução contra os donos, enfim uma fábula. Fiquei muito, muito brava com a imposição de minha mãe, mas lí o livro e voltei pra rua. Mas ainda não foi assim que me apaixonei pela literatura. 

Muitos anos mais tarde, já na faculdade de Publicidade tive uma quantidade ENORME de livros que deveriam ser lidos, entendidos, comentados. Era uma literatura bem específica, mas o hábito da leitura apareceu e aí comecei a me interessar por outras áreas. Nessa época eu era toda cheia de ser intelectual, namorava um artista plástico e vivia em torno de museus, bibliotecas e até trabalhei no Centro Cultural de São Paulo (sim, aquele que tem na Vergueiro, com milhões de exposições e shows e etc). Continuava na minha empreitada intelectual, mas caí numa linha muito pesada e fui ler Caetano Veloso - Verdade Tropical, tentei ler umas 3 vezes em 3 épocas da minha vida, mas não consigo passar da metade. No início achei que largar um livro sem acabar era um fracasso e insistia, mas isso foi me afastando da leitura.

Nessa mesma época descobri Edgar Ellan Poe e Stephen King. Apaixonada por filmes de terror resolvi mudar a direção da coisa para ver se funcionava. O primeiro do Sr. King foi Os Olhos do Dragãoé um conto de fadas misturado com o suspense digno do autor. E aí eu variava, um livro de aventuras, outro mais cabeça e segui lendo. Lá em casa sempre teve todo tipo de livro, minha mãe - como boa professora - sempre teve uma coleção louvável.

Saí da faculdade, do trabalho da Vergueiro e caí no mundo dos negócios. Fui trabalhar que nem gente grande. E aí tudo isso adormeceu. Trabalhando 14 horas por dia eu mal tinha tempo de dormir, então a leitura foi ficando escassa. Mas ainda assim sempre tinha um livro na minha cabeceira da cama, demorava meses pra terminar. E assim foi Carandiru (Dráuzio Varella), O Código Da Vinci (Dan Brown) e mais quase a coleção do Stephen King. Na minha lua de mel eu estava lendo O Cemitério (Pet Sematary) dele! Super Romântico!

Lí muito do Harry Poter (J.K.Rowling) - até virar filme, porque depois não teve mais graça! E mais um monte de coisas em ingês Midsummer Night's Dream (Sonho de uma noite de verão, em português de Willian Shekespeare), Dracula (Bram Stoker), - quando o meu inglês ainda era fluente. Os vampiros, ahh os vampiros... Pra quem vem apreciando vampiros há anos Stephenie Meyer com sua Saga Crepúsculo foi água com açúcar, mas ainda sim valeu - teve um deles que lí em apenas um dia: eu não podia sair da cama pois meu joelho estava imobilizado por razão de um acidente. E André Vianco (acho que lí todos os de vampiro dele), um brasileiro que coloca os vampiros em lugares que conheço bem, como a cidade de São Paulo. 

 Com o tempo descobri Clarice Lispector, Jorge Amado (amo!) e outro autores antigos que eu não tive maturidade para gostar quando era mais nova. E acabei lendo todos os mais vendidos dos últimos anos, alguns eu não terminei, outros eu lí, mas não lembro nada da história. Lembro de um ótimo, bem jornalístico: Abusado de Caco Barcellos. Um que nunca vou esquecer é A Viagem de Théo (Catherine Clément), que é a história de um menino que vai conhecendo as principais religiões do mundo - é um livro longo e lindo, mesmo para quem não gosta de religião. Outra dica para quem gosta de suspense e intrigas é a trilogia do Stieg Larsson (Os Homens que Não Amavam as Mulheres, A Menina que Brincava com Fogo e A Rainha do Castelo de Ar) - vai virar filme também. Vale pela história completa, tem hora que cansa, tem pedaço que é pesado demais, mas o livro vai te amarrando dum jeito que vc precisa saber o fim de tudo aquilo, mesmo já sabendo que vai dar tudo certo no final. E tem mais um número infinito de livros apaixonantes, nem vai dar para falar de todos...


Hoje eu termino um daqueles livros que não vou lembrar da história, acho que nem vou lembrar que lí, mas amanhã começo mais um autor clássico que estava guardado no ármário de minha mãe: Hermann Hesse em O Jogo das Contas de Vidro. É o último romance escrito pelo autor, publicado em 1943. Conforme a capa: Romance futurista que descreve uma comunidade mítica, em que intelectuais dedicados à música, à astronomia e à matemática se deleitam na prática de uma atividade lúdica complexa e requintada que define os valores da sociedade.

E assim eu fico. Boa leitura à todos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário