terça-feira, 1 de março de 2011

Ano Novo

E 2011 começou. Trecho novo anunciado: Curitiba. Só assim considero ano novo. E começou antes do carnaval - que maravilha!

Chego num hotel - como sempre. Serão vinte ou trinta dias de hotel. Quarto frio, comida de restaurante. Aos poucos ele vai tomando a minha cara: as roupas e os sapatos se espalham, o frigobar será preenchido com pequenas guloseimas. Mais ainda não é a minha casa. Estou à procura de uma - socorro!

Cidade nova, casa nova, emprego novo. Padaria estranha, mercado diferente, nomes novos para coisas velhas. Sotaques e curiosidades. Sim, assim como a Bahia, o Paraná tem umas coisas que são bem típicas. Primeiro tem a coisa do povo: gente magra, branca, clara, de rosto fechado. Depois tem a coisa do clima: nublado, chuvoso, fresco - frio! Essas coisas são muito mais sensíveis aos olhos e a pele por causa do último trecho. Mucuri e Curitiba são dois opostos. Cidade pequena X capital. Sul X Nordeste.

E assim começa também o aprendizado local. Meu marido diz que eu pareço muito com o povo daqui. Acredito que ele está correto. Entro nos lugares e ninguém pergunta de onde eu vim. Não chamo atenção na rua pela cor dos meus cabelos ou de minha pele. Mais uma vez sou apenas mais uma na multidão.

Ruas lotadas de gente bonita. Ruas limpas. Incontáveis restaurantes - de todos os sabores e tamanhos. Clima excelente para desfile de moda: a maquiagem não derrete, a calça jeans fica folgada, o salto não afunda na areia (no máximo enrosca entre as pedras perfeitamente colocadas nas calçadas). Lojas. Muitas lojas. Ainda pareço uma criança numa loja de brinquedos. Ando pelas ruas como se nunca tivesse visto nada igual. Livrarias - um milhão delas! Roupas, sapatos, chapéus. Cama, mesa e banho. Doces e pães. Um mundo repleto de desejos de consumo. Tem até uma loja da porsche! É, exato, aquele carro...

Tudo tão pertinho. Vou a pé. Fui a pé até o centro da cidade, na feira de artesanato no domingo. Andei, andei. Muito sol. Sentei, tomei um chope gelado e comi um pastel. Voltei a pé. Fui a pé ao shopping e ao cinema! Esfriou, quase choveu. Mas eu voltei a pé. Só não fui visitar um amigo a pé porque chovia de verdade (Flávio, que felicidade te ter por perto de novo!). Amigos, família. Tudo ao meu redor. Almoço na casa da tia, comida caseira - arroz, feijão, salada e bife. Domingo na casa dos amigos - lembranças de outro trecho. Às vezes os trechos se encontram e que alegria!

Sinto falta de Maria que ainda não pode vir. Quando a cidade é pequena o hotel aceita cachorro, porém nas cidades maiores Maria fica de férias na casa da avó (minha mãe) e depois vem definitivo para a casa nova. Sinto falta da minha cama, da minha comida. Do meu sofá no final do dia. Do sol na minha varanda.
Mudam as cidades e as sensações não mudam. Insegurança, esperança. A insegurança passa assim que eu me assentar em casa. A esperança nunca morre. Sempre por perto. Assuntando sobre novos desafios. Esperança de ter um trecho tranquilo. Esperança de ter um lugar para trabalhar. E que a jornada seja produtiva.

E lá vai tudo novo de novo. E que Deus nos ajude. Amém.

2 comentários:

  1. Val, quem sabe daqui um tempo esse novo trecho terá nome de local definitivo? Foi o que pareceu, rsrsrs, feliz por vocês e por estarem gostando... Beijos, Mauren.

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  2. Será? Eu bem que gostaria. Vamos ver quando o frio chegar, ai eu te conto! bjo

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